O Adventista e a Intelectualidade
Vejamos como uma simples definição dicionarizada
apresenta uma relação umbilical entre os dois termos: “Intelectualidade.
1. qualidade, caráter ou natureza do que é intelectual. 2. Faculdade de
compreender, inteligência, intelecto”. Ou seja, sendo a intelectualidade
uma qualidade, ligada a inteligência, atributo de natureza racional e faculdade
que precisa ser exercitada, só partiremos de um referencial certo se
identificarmos quem criou o homem e lhe dotou do intelecto:
Deus, o primeiro e o maior intelectual.
Sendo assim, a verdadeira intelectualidade ou
conhecimento científico não é fruto de uma mente humana. A fonte é Cristo! Por
exemplo, um ateu testemunha do nosso Deus quando consegue uma descoberta
científica, pois “os grandes pensadores do mundo refletem os raios do Sol da
Justiça. Cada raio de pensamento, cada lampejo do intelecto, procede da Luz do
mundo” (EGW, Ed., pg. 13, 14).
Intelectualidade e salvação
Como seres racionais, criados à Sua imagem e
semelhança, todos nós somos intelectuais, consequentemente, conclamados a
exercer a intelectualidade: “A
sabedoria é a coisa principal, adquire, pois, a sabedoria, emprega tudo o
que possuis na aquisição de entendimento” (Pv 7:4). O assunto da intelectualidade
é tão bíblico quanto a própria doutrina da salvação. Essa é a compreensão de
Ellen G. White, quem associa, dezenas de vezes, a palavra “ciência” à “salvação” e “redenção”. Por exemplo, na Seção 1, “A
primeira das Ciências”, do livro Conselhos aos Professores, Pais
e Estudantes, ao dizer que o conhecimento da verdadeira ciência é poder,
ela amplia o uso da palavra: “a ciência da salvação é a mais
importante das ciências a ser aprendida [..] eis a ciência que o Céu avalia
toda-importante [..] a oportunidade de aprender a ciência da salvação é posta
ao alcance de todos” (pg. 19).
Percebe-se que é imprescindível associar ciência ou
intelectualidade à espiritualidade; até porque “Deus é o Deus tanto do altar
quanto do laboratório [...] o cristianismo não é uma
fé de compartimentos [...] toda verdade vem de Deus” (George Knight pg.
122, 123 e 126). Essa associação é
tão profunda que Ellen G. White foi categórica em dizer que “as leis da
Natureza são as leis de Deus, verdadeiramente tão divinas como os preceitos do
Decálogo” (EGW, Ed, pg. 196). Nas palavras do Adauto
Lourenço, “o Deus que escreveu a Bíblia é o Deus que criou a natureza. A
Bíblia é o livro de suas palavras e a natureza o livro de suas obras”.
Portanto, o Pai da verdadeira ciência e
intelectualidade é o Pai da espiritualidade: “nada na Terra ou no universo
está separado de Deus. Tudo é religioso no amplo sentido da palavra ... nada é
secular no sentido de não religioso. Tudo tem implicações religiosas, porque
tudo está relacionado às atividades divinas criadoras e mantenedoras” (George
Knight, pg. 123).
Sendo assim, falar
da intelectualidade ou da ciência é também falar de um conceito essencialmente teísta,
espiritual, bíblico e prático. Analisemos Paulo: primeiro, a base da
intelectualidade é a espiritualidade: “que transbordeis de pleno conhecimento
da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual” (Cl 1:9). Segundo, ela é algo prático: “a fim de viverdes de modo digno do
Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra”
(verso 10). Terceiro, ela trata de um processo: “crescendo no conhecimento
de Deus” (10). Quarto, ela gera um resultado: “sendo fortalecidos com
todo o poder, segundo o poder da sua glória”, “dando graças ao Pai que vos fez
idôneos para participar da herança dos santos na luz” (11).
Jesus arrematou tudo quando disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam
a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus, Cristo que tu enviaste” (João
17:3).Ou seja, o ápice da existência, que é a vida eterna, consiste em
conhecer a Deus. Nisso o homem peca quando busca a felicidade e não a Deus. A
felicidade é o resultado do exercício da verdadeira intelectualidade: “quanto mais conhecemos a Deus, tanto mais intensa será
nossa felicidade” (EGW, DTN, pg. 331). Conhecer
a Deus deve ser o nosso objetivo, pois ninguém será feliz buscando a
felicidade, só seremos felizes se buscarmos e conhecermos a Deus.
Perceba que essa faculdade, nobre, fundamental para o
nosso relacionamento com Deus e para o serviço, é tida como um dos objetivos da
mente divina na criação: "O valor do homem é calculado no Céu de acordo
com a capacidade do coração de conhecer a Deus. Esse conhecimento é a
fonte da qual origina todo o poder. Deus criou o homem para que toda
faculdade fosse faculdade da mente divina, e sempre procura pôr a mente
humana em associação com a divina. Oferece-nos o privilégio de cooperar com
Cristo, revelando Sua graça ao mundo, para que recebamos conhecimento
crescente das coisas celestes” (EGW, PJ, pg. 190).
Intelectualidade e a Bíblia
Como já dissemos,
intelectualidade não é reduzido a um conhecimento teórico, mas, por outro lado,
pergunta-se: como poderia haver prática sem “teoria”, o
intelecto? A prática, da vida cristã, não se dá no vácuo, por isso temos a
Palavra, da qual o meio de acessá-la é o intelecto. A razão não é a verdade
bíblica, mas ela tem o seu papel no “fazer teologia”[2]. De algum modo,
teologia é o exercício da intelectualidade e
da filosofia, pois, segundo Ellen G. White, “A
Bíblia contém simples e completo sistema de teologia e filosofia. É o
livro que nos torna sábios para a salvação. Fala-nos do amor de Deus segundo é
revelado no plano redentor, comunicando o conhecimento essencial a todos os
estudantes – o conhecimento de Cristo” (EGW, CP, pg.
442). Com isso queremos apenas dizer que não há dicotomia entre razão e fé,
ou intelectualidade e Bíblia.
O fato de que, toda a verdade, se for verdadeira, vem
de Deus, não importa onde a encontremos, não invalida nem a Bíblia e nem a
ciência. Ou seja, a primeira não discute todas as verdades e a segunda não tem
todas as verdades. Segundo Ellen G. White, “o livro
da natureza e a palavra escrita laçam luz um sobre o outro” (EGW, Ed, pg. 128). No
entanto, “o ensino da natureza não poderá
deixar de ser senão contraditório e enganador. Unicamente à luz da revelação
poderá ele ser interpretado corretamente” (EGW, Ed, pg. 134), o que “não
implica que a Bíblia discute todas as verdades” ou é o “livro-texto
onisciente” - “cristianização
de todo programa escolar” (George Knight, pg. 126, 133 e 137).
O importante é entender que a Bíblia é “o Livro dos livros” (EGW,
CP, pg. 442) e que “nenhum tópico está fora da cosmovisão bíblica [...]
A Bíblia não é o todo do conhecimento, mas fornece uma moldura de referência
dentro da qual devemos estudar e interpretar todos os tópicos”(George Knight,
pg. 138). Isso implica em dizer que não existe ciência ou intelectualidade
fora de uma perspectiva maior - a da Palavra de Deus.
Quanto ao desenvolvimento do intelecto, cabe lembrar
que a Bíblia é imprescindível: “O estudo da Bíblia fortalece o intelecto
- Se a Bíblia fosse estudada como deveria ser, os homens se tornariam intelectualmente
fortes. Os assuntos tratados na Palavra de Deus, a digna simplicidade de
sua exposição, os nobres temas que ela apresenta ao espírito, desenvolvem no
homem faculdades que de outro modo não se podem desenvolver. Abre-se, na
Bíblia, um campo ilimitado à imaginação. O aluno sairá da contemplação de seus
grandiosos temas, da associação com suas sublimes imagens com pensamentos e
sentimentos mais puros e elevados [...] Deus quer que aproveitemos todos os
meios de cultivar e fortalecer nossas faculdades intelectuais. [...] Se
a Bíblia fosse mais lida, fossem suas verdades melhor compreendidas, e seríamos
um povo muito mais iluminado e inteligente. Pelo exame de suas páginas é
comunicada energia à alma.” (EGW, OC, pg. 507).
“O estudo da Bíblia esforça a mente do obreiro, fortalece
a memória, e estimula o intelecto mais que o estudo de todas as matérias que
a filosofia abrange. A Bíblia contém a única verdade que purifica a alma e
é o melhor livro para a cultura intelectual. A nobre simplicidade com a
qual ela lida com doutrinas importantes é exatamente o que cada jovem e cada
servo de Cristo precisa para ensiná-lo a apresentar os mistérios da salvação
aos que estão em trevas” (EGW, JM, pg. 105).
“Em sua vasta série de estilos e assuntos, a
Bíblia tem algo para interessar a todo espírito e apelar a cada coração.
Encontram-se em suas páginas as mais antigas histórias, as mais fiéis
biografias, princípios governamentais para a orientação de Estados, para a
direção do lar, princípios estes que a sabedoria humana jamais igualou. Contém
a mais profunda filosofia, a poesia mais doce e sublime, mais apaixonada e
patética. Os escritos da Bíblia são de um valor incomensuravelmente
acima das produções de qualquer autor humano, mesmo considerados sob esse ponto
de vista; mas de um objetivo infinitamente mais amplo, de valor infinitamente
maior” (EGW, Ed, pg. 125).
“O ensino da
Bíblia tem um papel de importância vital na prosperidade do homem em todas as
relações da presente vida. Desvenda os princípios que são a pedra angular
da prosperidade de uma nação - princípios esses que se prendem ao bem-estar da
sociedade, e que são a salvaguarda da família, princípios sem os quais ninguém
pode chegar a ser útil, feliz e honrado nesta vida, ou esperar conseguir a vida
futura e imortal. Não há posição alguma na vida, nem ramo da experiência
humana, para os quais o ensino da Bíblia não seja um preparo essencial” (EGW,
PP, pg. 599).
Intelectualidade e o adventista
Em 1891, Ellen G. White escreveu que “no futuro
haverá mais premente necessidade de homens e mulheres de habilitações
intelectuais do que houve no passado” (EGW, FE, pg. 192). E nós somos o futuro, ele chegou! Para
nossas instituições, Deus quer que elas alcancem “um alto padrão de cultura
intelectual e moral, maior do que qualquer outra instituição do gênero em nosso
mundo” (EGW, 4T, pg. 425). Ou seja, a atitude anti-intelectual
não é cristã: “a ignorância não é um elemento divino. Deus, quem criou
nossas mentes e intelectos, naturalmente espera que usemos os dons que Ele nos
deu” (George Knight pg. 108).
No entanto, vale lembrar que “intelectualismo não é
a solução para a ignorância. [...] Os cristãos devem estar cientes quanto à
natureza das armadilhas na aquisição do conhecimento. O conhecimento (mesmo o
conhecimento sobre Deus) prejudica a vida do cristão quando se torna um fim em
si mesmo em vez de um meio para conduzir a um fim. Para o cristão, como servo
responsável de Deus, a vida é mais do que a satisfação de um mero conhecimento.
O conhecimento cristão é sempre um instrumento para um relacionamento saudável
com Deus e nossos semelhantes. Qualquer coisa que se torna um fim em si mesma,
exceto para Deus, é um ídolo. O conhecimento – mesmo o bom conhecimento – que
se torna um fim em si mesmo é um escape da realidade, o que é a antítese do
cristianismo bíblico, que busca trazer as pessoas face a face com a realidade
de sua condição perante Deus e com sua responsabilidade de contribuir para com
a vida de outros através do uso de seus talentos. Outra consequência de
considerar o conhecimento como um fim em vez de meio é que ele leva ao orgulho,
à vaidade à autossuficiência, e à intolerância” (George Knight,
pg. 112). “Adquirir conhecimento para servir a si mesmo e gloriar-se é antítese
do cristianismo porque comete o mesmo erro que Lúcifer cometeu no Céu e que
Adão e Eva perpetuaram no Éden” (pg. 52).
Ainda, para o autor, “há
um grande abismo entre o cristão intelectual e o cristão 'preso'
ao intelectualismo. A aquisição do conhecimento é importante, mas não é o
aspecto mais importante da vida cristã” (pg.113). Segundo Ellen G. White,
“a verdadeira educação não desconhece o valor dos conhecimentos científicos ou
aquisições literárias; mas acima da instrução aprecia a capacidade, acima da
capacidade a bondade, e acima das aquisições intelectuais o caráter. O mundo
não necessita tanto de homens de grande intelecto, como de nobre caráter” (EGW,
Ed, pg. 225). Ela também escreveu que “a
educação do coração é mais importante do que a educação adquirida nos livros”
(8T, pg. 331), e que “conhecimento é poder, mas só o é para o bem,
quando unido à verdadeira piedade. Para servir mais nobres fins, ele deve ser
vivificado pelo Espírito de Deus” (EGW, CPE, pg. 38).
Portanto, “o cristão sempre vê o conhecimento e o
valor de aquisições intelectuais em relação a Deus e ao contexto geral do
desenvolvimento do caráter cristão. De que lhe valerá ao homem se ele tiver
todo o conhecimento e souber todas as coisas e perder a sua alma? Enquanto é
verdade que Deus está mais interessado na cultura espiritual de um individuo
(7T, pg. 281), também é verdade que as culturas espiritual e intelectual não
são mutualmente exclusivas, mesmo que um tenha maior importância. O cristão
pode ter ambas, e aquelas que têm a cultura espiritual continuarão a
desenvolver cultura intelectual tanto no mundo presente como no porvir”
(George
Knight, pg. 113).
Intelectualidade e o serviço
Por
que estudar ou desenvolver a intelectualidade? A importância do desenvolvimento
do intelecto para a espiritualidade e a igreja é que ela é essência da nossa
existência (seres pensantes e em busca de conhecer a Deus); ao exercitá-la compreendemos
e damos glória Àquele que nos criou e nos deu um intelecto e temos a oportunidade
de trabalhar para a sua igreja. Vejamos: “uma mente bem disciplinada e
informada pode melhor receber e valorizar as sublimes verdades do Segundo
Advento” (Tiago White, RH, 23/12/1862, pg. 29); “as
verdades da Palavra divina podem ser melhor apreciadas pelo cristão
intelectual. Cristo pode ser melhor glorificado por aqueles que o servem
inteligentemente” (EGW, FE, pg.45).
Além
das implicações espirituais, há a de ordem prática e missionária: “Deus pode
e usará os que tiveram completa educação nas escolas dos homens” (EGW, CPE, pg.
511). No livro Fundamentos do Educação Cristã lemos que “A
ignorância não é aceitável a Deus e é desfavorável para a realização de
sua obra. [...] Deus opera, porém, em favor das pessoas a despeito de
sua ignorância. Os que não tiveram oportunidade de obter conhecimento, ou
que tiveram oportunidade, mas não a aproveitaram, [...] podem ser úteis em seu
serviço mediante operação de seu Espirito Santo. Mas os que têm instrução e se
consagrem ao serviço de Deus, podem prestar serviço em maior número e maneiras
diversas e efetuar uma obra mais ampla no sentido de guiar almas ao
conhecimento da verdade, do que os que carecem de instrução” (EGW, FE, pg.369,
108, 109, 255, 256, 42).
Um
outro atributo do conhecimento e desenvolvimento intelectual do cristão é o
propósito. Ellen G. White escreveu que “é justo que os jovens pensem em dar
a suas faculdades naturais o máximo desenvolvimento. Não ousaríamos restringir
a educação para a qual Deus não estabeleceu limite. Nossas realizações não
terão, porém, valor algum se não forem utilizadas para honra de Deus e para o
bem da humanidade. A menos que nosso conhecimento seja um degrau para a
realização dos mais elevados propósitos, não terá valor algum” (EGW, FE, pg.541).
Para Knight, “o cristão nunca poderá isolar suas conquistas intelectuais
e literárias do imperativo de testemunhar o evangelho aos seus semelhantes”,
o que certamente demandará, “traduzir o significado de conceitos culturais
para os termos da cosmovisão cristã” (pg.14).
Portanto,
os adventistas devemos sentir “suas obrigações para com Deus em usar suas
faculdades para fazer o bem aos outros e glorificá-Lo, [...] de forma que
possam ser mais úteis e ser uma benção para os outros na medida de suas
habilidades” (EGW, 3T, pg.224).
Intelectualidade e o Céu
Afinal, o que faremos no Céu? “Pensais que não
aprenderemos alguma coisa ali? Não temos a menor ideia do que então se nos
revelará. Com Cristo andaremos ao lado das águas vivas. Ele nos patenteará a
beleza e glória da natureza. Revelará o que Ele é para nós, e o que nós somos
para Ele. Verdades que hoje não podemos conhecer, em virtude de nossas
limitações finitas, ali conheceremos” (EGW, CPPE, pg. 162). Dentre essas
verdades, podemos destacar as científicas e as salvíficas. Ou seja, o Céu é um
lugar de intelectuais, no mais alto sentido da palavra, pois “o Céu é uma
escola; o campo de seus estudos, o Universo; seu professor, o Ser infinito. Uma
ramificação desta escola foi estabelecida no Éden; e, cumprindo o plano da
redenção, reassumir-se-á a educação na escola edênica” (EGW, LA 547).
Percebe-se que a Ciência, como nós a conhecemos hoje – o estudo do universo – continuará
sendo relevante, só que noutro patamar, pois Jesus será nosso professor e não
haverá limitações de hoje; um campo vasto de estudo abrirá aos nossos olhos: “ali,
quando for removido o véu que obscurece a nossa visão, e nossos olhos
contemplarem aquele mundo de beleza de que ora apanhamos lampejos pelo
microscópio; quando olharmos às glórias dos céus hoje esquadrinhadas de longe
pelo telescópio; quando, removida a mácula do pecado, a Terra toda aparecer ‘na
beleza do Senhor nosso Deus’ - que campo se abrirá ao nosso estudo!” (EGW, LA,
pg. 547).
“Todos os tesouros do Universo estarão abertos ao
estudo dos remidos de Deus. [...] Participam dos tesouros do saber e
entendimento adquiridos durante séculos e séculos, na contemplação da obra de
Deus. Com visão desanuviada olham para a glória da criação, achando-se sóis,
estrelas e sistemas planetários, todos na sua indicada ordem, a circular em
redor do trono da Divindade. Em todas as coisas, desde a mínima até à maior,
está escrito o nome do Criador, e em todas se manifestam as riquezas de Seu
poder” (EGW, ViC, pg. 155).
“Cada faculdade será desenvolvida, toda habilidade
aumentada. Os maiores empreendimentos serão levados a êxito, as mais elevadas
aspirações alcançadas, realizadas as mais altas ambições. E surgirão ainda
novas alturas a serem alcançadas, novas maravilhas para serem admiradas, novas
verdades a serem compreendidas, novos objetos de estudo a desafiarem as
faculdades do corpo, da mente e da alma” (EGW, ViC, pg.145).
Além do estudo
da natureza, todos conhecerão a Deus e estudarão eternamente a “Ciência da salvação"
– a Ciência das ciências: “a cruz de
Cristo será a ciência e cântico dos remidos por toda a eternidade”; “novas
verdades serão desdobradas de contínuo à mente cheia de admiração e deleite.
Posto que os pesares, dores e tentações da Terra estejam terminados, e
removidas suas causas, sempre terá o povo de Deus um conhecimento distinto,
inteligente, do que custou a sua salvação” (EGW, ViC, pg. 157 e 156).
Apelo
“Tendes a ambição de educar-vos para
poderdes ter nome e posição no mundo? Tendes pensamentos que não ousais
exprimir, de poderdes um dia alcançar as alturas da grandeza intelectual;
de poderdes assentar-vos em conselhos deliberativos e legislativos, cooperando
na elaboração de leis para a nação? Nada há de errado nessas aspirações.
Podeis, cada um de vós, estabelecer um alvo. Não vos deveis contentar com
realizações mesquinhas. Aspirai à altura, e não vos poupeis trabalhos para
alcançá-la” (EGW, FE, pg.82).
“Todos quantos se empenham na aquisição de
conhecimento, devem esforçar-se por atingir o mais elevado lance da escada.
Avancem os alunos o mais rápido e vão o mais longe que lhe seja possível; seja
o seu campo de estudo vasto quanto possam alcançar suas faculdades; façam,
porém, eles, de Deus a sua sabedoria” (EGW, FE, pg. 118).
Ao adquirimos conhecimento aqui para glorificar o
nosso Criador e abençoar o próximo, naquele dia seremos recompensados, quando “o
nosso Mestre celestial guiará Seu povo até a árvore da vida, que cresce de cada
lado do rio da vida, e Ele mesmo lhes explicará as verdades que nesta vida não
puderam compreender. Naquela vida futura, Seu povo alcançará a educação
superior, em sua plenitude” (EGW, ViC, pg. 156).
Download deste artigo em PDF
Download deste artigo em PDF
[1] Adventista e professor
universitário.
[2] Para uma melhor compreensão sobre
o papel da razão na hermenêutica bíblica, leia o capítulo 2, “Fé, razão e Espírito Santo na hermenêutica” do
livro de George W. Reid, Compreendendo as Escrituras: uma abordagem
adventista. Unaspress, 2007, e o livro do Fernando Canale, O Princípio
Cognitivo da Teologia Cristã: um estudo hermenêutico sobre Revelação e
Inspiração, Unaspress, 2011.
3. Como ficou perceptível ao longo da leitura, o objetivo primário do texto foi apresentar
algumas citações de Ellen G. White assunto. Além do mais, objetiva-se indicar a leitura do livro Mitos na Educação Adventista: um estudo interpretativo da educação nos
escritos de Ellen G. White, George R. Knight, Editora Unaspress, especificamente, os
capítulos “9. O mito do cristão ignorante”; “10. O mito do sagrado e do secular”; “12. Mitos
literários” e “13. Mais mitos literários”. As citações do autor foram tiradas desse livro.